SCRIPT – DEBATE
PRIMEIRO BLOCO
TEC: RODA MÚSICA. SOBE E VAI A BG.
LOC: BOA TARDE, OUVINTES!
LOC: EU SOU MARINA DIDIER.
TEC: RODA MÚSICA. SOBE E VAI A BG.
LOC: NO PROGRAMA DE HOJE VAMOS CONVERSAR SOBRE AS RELAÇÕES DE GÊNERO.
LOC: NO ESTÚDIO, TEMOS A PRESENÇA DA SOCIOLÓGA MICHELE COUTO.
LOC: E DE MÁRCIA CRUZ, QUE ATUA NO FÓRUM DE MULHERES DE PERNAMBUCO.
LOC: TAMBÉM PARTICIPA DO PROGRAMA O REPÓRTER LEANDRO TABOSA.
TEC: RODA MÚSICA. SOBE E VAI A BG.
LOC: POR MUITO TEMPO, AS DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES TÊM SIDO NATURALIZADAS PELO USO DO TERMO “SEXO”. MAS, ESSAS DISTINÇÕES SÃO, ALÉM DE BIOLÓGIAS, SOCIAL E CULTURALMENTE CONSTRUÍDAS. O ESTUDO SOBRE ESSAS DIFERENÇAS SEXUAIS COMEÇOU NA DÉCADA DE SETENTA. O TERMO GÊNERO FOI USADO INICIALMENTE POR FEMINISTAS AMERICANAS, QUE AFASTANDO O FANTASMA DA NATURALIZAÇÃO, BUSCARAM EXPLICAR AS RELAÇÕES ENTRE OS SEXOS ATRAVÉS DE FUNDAMENTOS SOCIAIS, OU SEJA, RELAÇÕES DE PODER.
LOC: BOM, COMO ESSES PAPÉIS CULTURAMENTE CONSTRUÍDOS SÃO VISTOS HOJE?
LOC: É FATO QUE FALAR EM RELAÇÕES DE GÊNERO É TAMBÉM FALAR DE RELAÇÕES SOCIAIS DESIGUAIS. POR CAUSA DE CERTAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS HOMENS, A SOCIEDADE ACABA POR ATRIBUIR MAIS VALOR E PODER, MAIOR FORÇA ORGANIZATIVA E POLÍTICA A ELES.
LOC: MICHELE COUTO, COMO AS DIFERENÇAS FÍSICAS ENTRE HOMENS E MULHERES ESTÃO RELACIONADAS ÀS CARACTERÍSTICAS CULTURAIS?
LOC: MÁRCIA CRUZ, NO SEU TRABALHO NO FÓRUM DE MULHERES, VOCÊ IDENTIFICA QUE ELAS, MESMO QUE INCONSCIENTEMENTE, ACABAM ACEITANDO COMO VERDADEIRA ESSA IDÉIA DE QUE SÃO INFERIORES AOS HOMENS?
LOC: AGORA, VAMOS OUVIR ALGUNS DEPOIMENTOS SOBRE A MULHER E OS DIVERSOS PAPÉIS QUE ELA ASSUME HOJE.
RODA_FALA POVO
LOC: APESAR DA SITUAÇÃO DE EXCLUSÃO SOCIAL DA MULHER ESTÁ MUDANDO, COMO OUVIMOS NOS DEPOIMENTOS, AINDA EXISTE MUITO DA IDEOLOGIA PATRIARCALISTA. NOSSA SOCIEDADE FOI ORGANIZADA DE UMA FORMA ONDE O HOMEM, ASSOCIADO À ESFERA PÚBLICA, É QUEM DEVERIA SUSTENTAR A FAMÍLIA, PROTEGER, SER O MACHO. JÁ A MULHER, ASSOCIADA AO MEIO PRIVADO, ASSUMIRIA O PAPEL DE CUIDAR DAS CRIANÇAS E DA CASA.
LOC: MAS RELAÇÕES DE PODER AINDA SÃO REPRODUZIDAS HOJE EM DIA. NÃO É À TOA QUE O ÍNDICE DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER AINDA É ALTÍSSIMO. AQUI EM PERNAMBUCO SÓ ESTE ANO JÁ FORMA MORTAS (número) mulheres vítimas de companheiros ou parentes.
LOC: MÁRCIA, DE QUE FORMA ESSAS RELAÇÕES DE PODER INTERFEREM NA VIDA DA MULHER?
LOC: MICHELE, E O HOMEM, ATÉ MESMO POR TER QUE ASSUMIR UM PAPEL SEMPRE DE LIDERANÇA E DE PODER, SOFRE COM ESSAS RELAÇÕES?
LOC: APESAR DAS MULHERES TEREM CONQUISTADO ALGUMA LIBERDADE, A SEXUALIDADE FEMININA É COMUMENTE ASSOCIADA À REPRODUÇÃO E NÃO AO PRAZER. JÁ OS HOMENS SÃO PREPARADOS PARA VIVER O PRAZER, JÁ QUE SOCIALMENTE, O EXERCÍCIO DA SEXUALIDADE NO HOMEM É SINAL DE MASCULINIDADE. ESSA IDÉIA FICA CLARA SE TOMARMOS COMO EXEMPLO A EDUCAÇÃO FAMILIAR. MUITAS VEZES, SÃO OS PRÓPRIOS PAIS QUE INCENTIVAM O FILHO HOMEM A PRATICAR O ATO SEXUAL. ENQUANTO AS FILHAS NÃO TÊM ESSA ABERTURA, TANTO NO DIÁLOGO, QUANTO NA PRÁTICA.
LOC: NA SUA OPINIÃO, MÁRCIA, COMO ESSA REPRESSÃO DA SEXUALIDADE INTERFERE NESSAS RELAÇÕES ENTRE HOMEM E MULHER?
LOC: TAMBÉM É COMUM A IDÉIA DE QUE EXISTE PROFISSÃO PARA HOMEM E PARA MULHER. COMO, POR EXEMPLO, O FATO DE UMA MULHER PODER SER CABELEIREIRA, MAS, SE FOR UM HOMEM, VAI SER LOGO POSTA EM DÚVIDA A ESCOLHA SEXUAL. MICHELE, COMO ESSA QUESTÃO DA RELAÇÃO DE GÊNERO INTERFERE NA ESCOLHA DA PROFISSÃO?
TEC: 5'' RODA VINHETA DE FINALIZAÇÃO.
LOC: BOM, VAMOS AO INTERVALO AGORA. E, NO PRÓXIMO BLOCO, A GENTE CONTINUA A CONVERSA SOBRE AS RELAÇÕES DE GÊNERO.
SEGUNDO BLOCO
TEC – 5'' RODA VINHETA DE ABERTURA
LOC: ESTAMOS DE VOLTA AO DEBATE DA SEMANA, QUE HOJE DISCUTE AS RELAÇÕES DE GÊNERO. NO ESTÚDIO, A SOCIÓLOGA MICHELE COUTO, A REPRESENTANTE DO FÓRUM DE MULHERES DE PERNAMBUCO MÁRCIA CRUZ E O REPÓRTER LEANDRO TABOSA.
LOC: LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRANSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSGÊNEROS ROMPEM COM OS MODELOS TRADICIONAIS. OS CHAMADOS G-L-B-T-S NÃO SE ENCAIXAM NOS CONCEITOS DEFINIDOS PELA SOCIEDADE. ELES ENXERGAM O SEXO, A IDENTIDADE DE GÊNERO E A ORIENTAÇÃO SEXUAL COMO TRÊS CAMPOS DISTINTOS DE VIVÊNCIA SOCIAL DE UMA PESSOA. SÃO VÁRIAS AS POSSIBILIDADES DE ENTENDIMENTO E EXPRESSÃO DENTRO DE CADA UM DELES. A SEGUIR ALGUNS DEPOIMENTOS.
LOC: COMO ESSAS NOVAS RELAÇÕES SÃO VISTAS POR ESSE MODELO SOCIAL QUE DETERMINA O QUE É SER HOMEM E MULHER?
LOC: MICHELLE, DENTRO DESSES NOVOS MODELOS, ONDE NOVAS RELAÇÕES SURGEM, COMO FICARIA A QUESTÃO DA ESCOLHA SEXUAL?
LOC: MÁRCIA, NA SUA OPINIÃO, SERÁ QUE OS TRANSSEXUAIS, AO SE VEREM COMO MULHER, TENTAM SE INSERIR NESSE PADRÃO HOMEM E MULHER? ISSO SERIA ALGUM TIPO DE PRECONCEITO?
LOC: RECONHECER TODAS ESSAS POSSIBILIDADES E AINDA OUTRAS QUE PODEM SURGIR, É PERCEBER A DIVERSIDADE SEXUAL, É RESPEITAR A DIVERSIDADE HUMANA.
LOC: MICHELE, ENTÃO, NOVAS RELAÇÕES DE GÊNERO SÃO POSSÍVEIS?
LOC: INFELIZMENTE NOSSO TEMPO ACABOU. VAMOS ABRIR UM ESPAÇO PARA AS CONSIDERAÇÕES FINAIS.
LOC: EU GOSTARIA DE AGRADECER A PRESENÇA DE VOCÊS. PARA O DEBATE SOBRE AS RELAÇÕES DE GÊNERO, NÓS RECEBEMOS A SOCIÓLOGA MICHELE COUTO, MÁRCIA CRUZ, MEMBRO DO FÓRUM DE MULHERES DE PERNAMBUCO, E O JORNALISTA LENADRO TABOSA. TENHAM UMA BOA TARDE E MUITO OGRIGADO.
TEC – 5'' RODA VINHETA FINALIZAÇÃO
LOC: O PROGRAMA TEVE PRODUÇÃO DE CAROLINA ALBUQUERQUE E ISIS CAVALCANTI. APRESENTAÇÃO DE LEANDRO TABOSA E MARINA DIDIER. TRABALHOS TÉCNICOS DE MARCOS CAVALCANTI. E SUPERVISÃO GERAL DE VLAUDIMIR SALVADOR.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
DISCIPLINA DE RADIOJORNALISMO II
PROFº VLAUDIMIR SALVADOR
SCRIPT – DEBATE
“AS RELAÇÕES DE GÊNERO”
CAROLINA ALBUQUERQUE
ISIS CAVALCANTI
LEANDRO TABOSA
MARINA DIDIER
RECIFE
2008
A sexualidade na mulher tem sido relacionada com a reprodução, ou seja, para a mulher
o centro da sexualidade é a reprodução e não o prazer. A sexualidade reduzida à
genitalidade se apresenta para as mulheres como algo sujo, vergonhoso, proibido. Os
homens, ao contrário das mulheres, recebem mensagens e são preparados para viver o
prazer da sexualidade através do seu corpo, já que socialmente o exercício da
sexualidade no homem é sinal de masculinidade. De um modo geral podemos dizer que
as mulheres desde que nascem são educadas para serem mães, para cuidar dos outros,
para “dar prazer ao outro”. A sua sexualidade é negada, reprimida e temida
As relações de gênero são produto da forma de educar. Processo que se inicia no
nascimento e continua ao longo de toda a vida. São relações que se mostram socialmente desiguais. A VENDEDORALuzia MIRANDA, DE VINTE SETE ANOS, EXPLICA A MULHER ASSIM:
di: batom...
DF: brinco.
Já o homem, o aposentado Severino ramos
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