sábado, 28 de março de 2009

Gêneros Jornalísticos

Definição – O que é um debate?


Mesa-redonda ou debate é um gênero do Radiojornalismo em que dois ou mais convidados são mediados por um apresentador que impõe as regras previamente aceitas pelos participantes, tendo em vista delimitar o tempo de fala de cada um, organizar as perguntas e a seqüência das respostas.
O mediador deve ser bem informado, sensível, de rápido raciocínio, imparcial e gentil. A apresentação deve ser ao vivo para gerar maior credibilidade. O assunto a ser abordado na transmissão de um debate deve ser interessante, envolvente, e, acima de tudo, de interesse público.
O objetivo é fazer o ouvinte ficar a par de argumentos e contra-argumentos expressos em forma discursiva por pessoas que de fato sustentam suas opiniões com convicção. Os participantes da mesa-redonda, normalmente, têm idéias diferenciadas entre si.
É aconselhável mesclar vozes femininas e masculinas no estúdio, onde todos devem ser informados do nome e do cargo de cada debatedor. É importante abrir espaço para a participação do ouvinte por telefone ou e-mail, o que precisa ser informado ao ouvinte repetidas vezes. Na mesa-redonda, o assunto é abordado pacificamente; no debate, há discussão e confronto de idéias opostas.




Como produzir um debate?


Em primeiro lugar, cada participante deverá reunir as informações levantadas, individualmente, sobre as concepções de pesquisa. Depois, vocês deverão dividir-se em grupos. A partir dai, cada grupo deverá preparar a sua Mesa Redonda, de acordo com as orientações abaixo:
A Mesa Redonda consiste na reunião de um grupo de pessoas (especialistas) que conhecem um determinado assunto em profundidade e têm diferentes e divergentes pontos de vista sobre este mesmo tema. Estas pessoas expõem e debatem o seu ponto de vista, de forma organizada, perante um público escolhido previamente.
Os integrantes de uma Mesa Redonda (que pode ter de 3 a 6 pessoas) sustentarão diferentes posições sobre o tema em questão. Os participantes deverão conhecer o assunto em profundidade, além de possuírem habilidades para apresentar e defender a sua posição com argumentos.
O mediador otimiza o tempo e gerencia os conflitos entre os participantes do debate. Tenta fazer com que os assuntos não saiam do foco principal e orienta o andamento da discussão.
Primeiro, o tema deverá ser escolhido; depois, os especialistas/convidados devem ser selecionados. Finalmente, deve ocorrer uma reunião prévia com os participantes com o objetivo de estabelecer a ordem da exposição, o tempo, temas e subtemas a serem considerados.




É hora do Debate

Primeiro, o mediador abre a mesa redonda com algumas considerações iniciais: o tema, os procedimentos, a apresentação e os agradecimentos aos participantes, e comunica ao público que as perguntas poderão ser feitas ao final da mesa redonda.
Então, o mediador oferece a fala ao primeiro participante. Cada participante poderá falar durante três minutos aproximadamente. Em seguida o mediador cederá a palavra aos outros participantes da mesa redonda de forma sucessiva e de maneira a alternar os pontos de vista opostos ou divergentes.
Se um participante exceder o seu tempo, cabe ao mediador alertá-lo do fato. Uma vez finalizadas as exposições de todos os participantes, o mediador fará um breve resumo das idéias principais de cada um dos participantes, além de destacar as diferenças entre as idéias apresentadas.
Com o objetivo que cada participante possa clarear, ampliar a exposição de seus argumentos e rebater as críticas, o mediador convida os participantes a falar novamente por dois minutos.
Minutos antes de terminar o prazo previsto o mediador dá por terminado o debate, fazendo um resumo final e expõem as conclusões, sintetizando os pontos de coincidência e de divergência dentre os diferentes enfoques do mesmo tema. O mediador convida o público a perguntar aos participantes da mesa. Estas perguntas têm apenas caráter ilustrativo e não estabelecerão interatividade entre o público e a mesa.




Objetividade do mediador



A presença do mediador é fundamental, pois além das características já mencionadas, o mediador deve ter uma clareza de voz para o rádio e ter um timing aguçadíssimo. Além disso, deve-se levar em conta o controle dos participantes, o direcionamento do tema e o controle técnico (se o convidado está perto ou longe do microfone, se há possibilidade de mexer papéis ou tamborilar os dedos, etc.)
O mediador deverá ser imparcial e objetivo em suas intervenções, resumos e conclusões. Deverá ter agilidade mental e capacidade de síntese, e deverá ser muito prudente com o tempo de sua participação, pois o importante na mesa redonda é conhecer as idéias dos participantes.
Além do mais, o mediador deverá coordenar e saber conciliar, com o máximo de inteligência, as posições divergentes entre os participantes da mesa, ou mesmo de alguma pessoa presente no público.
Isso porque o debate radiofônico costuma ter duas direções. Como se não bastasse, existem temas que, por serem complexos, podem exigir a presença de mais de dois convidados. Nesse caso, o mediador deve saber controlar o equilíbrio de vozes, uma vez que o rádio não tem imagem.




Debate - Modelo de Script

LOC: BOM DIA OUVINTES DA RÁDIO UNIVERSO. ESTÁ NO AR, O PROGRAMA DEBATE DA SEMANA. EU SOU ANE CASIRAGHI, E NO PROGRAMA DE HOJE, VAMOS DEBATER SOBRE A UNIÃO CIVIL PARA HOMOSSEXUAIS. NO ESTÚDIO, O JURISTA ARISTÓTELES PLATÃO; BOM DIA DOUTOR ARISTÓTELES... O LÍDER DA ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL AMOR SEM FRONTEIRAS, ROBERTO SCHULLERMANN, BOM DIA, ROBERTO... A PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE SENHORAS PELA MORAL E PELOS BONS COSTUMES, DONA EULÁLIA CALIXTO, BOM DIA DONA EULÁLIA... E A PSICÓLOGA ESPECIALISTA EM COMPORTAMENTO HUMANO KÁTIA SELTZER, BOM DIA, DOUTORA KÁTIA...

LOC: ESTÁ NO CONGRESSO NACIONAL O PROJETO DE LEI DA ENTÃO DEPUTADA E HOJE MINISTRA MARTA SUPLICY, SOBRE A UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO. ENTRE AS VANTAGENS, ESTÃO A HERANÇA DE BENS PELO COMPANHEIRO E A ADOÇÃO DE CRIANÇAS, COMO NOS CASAMENTOS HETEROSSEXUAIS.


LOC: DE UM LADO, ALEGANDO RAZÕES MORAIS E RELIGIOSAS, ENTIDADES PROTESTAM. DO OUTRO, ORGANIZAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS SE MOSTRAM FAVORÁVEIS À NOVA LEI. VAMOS INICIAR O DEBATE COM A SEGUINTE PERGUNTA: QUAL A INTERPETRAÇÃO DOS SENHORES PARA A UNIÃO DE PESSOAS DO MESMO SEXO?
DOUTOR ARISTÓTELES?
ROBERTO SCHULLERMANNN?
DONA EULÁLIA?
DOUTORA KÁTIA?

LOC: A LEI FOI BEM DISCUTIDA PELAS PESSOAS INTERESSADAS? ROBERTO SCHULLERMANN, POR FAVOR?

LOC: DOUTOR ARISTÓTELES, A LEI ESTÁ NO CONGRESSO, O QUE PODEMOS LEVAR EM CONSIDERAÇÃO DO PONTO DE VISTA LEGAL?

LOC: LEMBRAMOS A VOCÊ, QUE ESTÁ ESCUTANDO O PROGRAMA DEBATE DA SEMANA. O DEBATE DE HOJE É SOBRE UNIÃO CIVIL ENTRE HOMOSSEXUAIS

LOC: DONA EULÁLIA REPRESENTA UMA ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DA MORAL E DOS BONS COSTUMES, O QUE PENSAM ENTIDADES COMO A DA SENHORA?

LOC: A UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO TAMBÉM APRESENTA ASPECTOS PSICOLÓGICOS? DOUTORA KÁTIA SELTZER?...

LOC:.A REPÓRTER ANNA DIMITRIONI FOI ÀS RUAS DO CENTRO DO RECIFE E PERGUNTOU A OPINIÃO DESTAS PESSOAS, SOBRE A UNIÃO CIVIL PARA HOMOSSEXUAIS.

TEC: RODA ENTREVISTAS/ENQUETES

LOC: VAMOS AO INTERVALO COMERCIAL. NO PRÓXIMO BLOCO, CONTINUAREMOS A DISCUTIR SOBRE A A UNIÃO CIVIL PARA HOMOSSEXUAIS
SEGUNDO BLOCO

LOC: VOLTAMOS A APRESENTAR O PROGRAMA DEBATE DA SEMANA. O DEBATE DE HOJE, É SOBRE A UNIÃO DE PESSOAS DO MESMO SEXO. NO ESTÚDIO, NO ESTÚDIO, O JURISTA ARISTÓTELES PLATÃO; O LÍDER DA ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL AMOR SEM FRONTEIRAS, ROBERTO SCHULLERMANN, A PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE SENHORAS PELA MORAL E PELOS BONS COSTUMES, DONA EULÁLIA CALIXTO, E A PSICÓLOGA ESPECIALISTA EM COMPORTAMENTO HUMANO KÁTIA SELTZER....

O PROJETO DE LEI SOBRE A UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO. AINDA REPERCUTE ENTRE VÁRIOS PÚBLICOS DISTINTOS, E PESSOAS COMO A DONA EULÁLIA TÊM MOTIVAÇÕES CULTURAIS E RELIGIOSAS. INDO POR ESSES PONTOS DE VISTA, O QUE O ROBERTO, DA O-N-G AMOR SEM FRONTEIRAS, PODE RESPONDER AQUI?

LOC: OBRIGADA ROBERTO.

LOC: INFELIZMENTE NOSSO TEMPO ACABOU. VAMOS AS CONSIDERAÇÕES FINAIS. ...

DOUTOR ARISTOTELES...
ROBERTO SCHULLERMANN
DONA EULÁLIA
DOUTORA KÁTIA

LOC: OBRIGADA À TODOS, E UM BOM DIA!

LOC: O PROGRAMA DEBATE DA SEMANA TEVE APRESENTAÇÃO DE ANE CASIRAGHI. REPORTAGEM DE ANNA DIMITRIONE. PRODUÇÃO DE ROSILENE SANTANA, RACHEL ROSEMBERG E NAJAT AL KHALED
PRODUÇÃO TÉCNICA: ANA TERESA CASTELO BRANCO
E SUPERVISÃO DE DIMITRI SANDRELEY





Perfil - Definições





Também chamado de Entrevista Biográfica, expressa o perfil psíquico do entrevistado. Nesse caso, não é somente o assunto que interessa, mas como o entrevistado o trata (opiniões, sentimentos e reações). A importância está no interesse que o entrevistado desperta na audiência. Nesse caso, as funções da fala são importantes, principalmente a de apelo.
Para não irmos "pisando no ar" quando estamos entrevistando, um instrumento fundamental é o Roteiro de Perguntas, que vai ajudar você a trabalhar com seu biografado de uma forma direta, prática e objetiva. Por que entrevistá-lo? Porque ele é uma peça-chave no desenvolvimento do seu assunto.
Quantas perguntas fazer? Uma média de cinco perguntas está boa, mas se o entrevistado é uma "estrela"a média de 10 a 15 perguntas soa muito melhor. Além do roteiro de perguntas para a gravação, devemos também fazer um roteiro para apuração, que são perguntas mais simples, que não precisam ser gravadas e que vão servir para o texto. Exemplo: Quantos anos um cantor da Música Popular Brasileira tem de carreira?
O roteiro é uma peça tão imprescindível quanto seu gravador e não tenha vergonha de olhar para ele para se guiar e fazer a próxima pergunta depois da resposta do seu entrevistado. Outro tipo de roteiro que você pode fazer é o Roteiro de Depoimento que cai melhor com crianças ou pessoas da cultura popular.





Perfil - Principais Cuidados




O entrevistador deve ter o tema bem claro. Se não o conhece, deve antes se inteirar do assunto. O entrevistado deve ser selecionado em função do tema. As perguntas a serem feitas devem obedecer a uma lógica. Esquematize com antecedência a entrevista, tanto com o entrevistado, quanto com o tema.

Também devemos tratar o entrevistado por "senhor" ou "senhora". As exceções são "Doutor", para médicos, advogados, juízes e quem fez doutorado, e os termos coloquiais para artistas, atletas, estudantes e crianças.

Produza a entrevista, entrando em contato com o entrevistado, pessoalmente ou por telefone, seja pontual e espere com paciência. Vá com boa aparência, seja educado, astuto e capte os pontos negativos. As perguntas não podem ser fechadas demais, pois assim as respostas são no máximo "sim" ou "não".

A primeira pergunta deve ser abrangente, mas nem tanto, e depois, faça os questionamentos das perguntas mais importantes às menos importantes. O entrevistado deve estar bem motivado, pois o repórter pode colher o melhor possível. Fique atento às respostas, a fim de você pegar "ganchos" para as perguntas seguintes e para não fazer perguntas já respondidas.

Tenha sempre na cabeça que a figura central de uma entrevista é o entrevistado. Ele gosta de saber que você entende o assunto, mas o centro das atenções É ELE. Nunca seja indiscreto. Quase sempre acontecem incidentes graves, provocando até mesmo a retirada do programa, quando é ao vivo.

Não esqueça de, ao final da entrevista, agradecer ao entrevistado e se possível, ceda o microfone para qualquer declaração complementar, despedidas ou agradecimentos à audiência.



Cobertura – Sua importância para quem estuda Radiojornalismo




Planejar e executar coberturas jornalística de eventos em sala de aula dá um embasamento mais prático a quem estuda Rádio. Claro que existe uma preparação para o trabalho. A forma de se comportar numa entrevista, preparar pautas completas, fazer maiores produções e edições de programas não apenas servem de base para a cobertura em si, como também ajudam para a execução de trabalhos futuros.
Preparar o estudante cada vez mais cedo é tentar adequá-lo a uma realidade que está cada vez mais próxima de nós. As exigências estão crescendo ainda mais. O jornalista da TV Globo, Carlos Nascimento no livro Rádio: 24 horas de Jornalismo, de Marcelo Parada, afirma que "Dos novos profissionais, exige-se conhecimento, cultura, domínio do veículo, ousadia e profissionalismo. Nada diferente do que já consagrou dezenas de gerações de profissionais do rádio no Brasil".
Como os estudantes passam por todas as fases de produção do programa, da pauta à edição, o aprendizado e o conhecimento do veículo rádio vai ser mais rapidamente assimilado.

O diretor de Jornalismo da Rádio Bandeirantes - SP, Marcelo Parada, afirma que "O trabalho em edição dá ao profissional uma visão geral do processo de produção e também a respeito da infinidade de assuntos. Para quem está em início de carreira, um lembrete: quem fez edições e textos de forma sistemática por um período e depois, torna-se repórter, geralmente tem um desempenho superior ao daquele que não passou por esse tipo de 'treinamento' ".

Dessa forma, os estudantes aprendem, num trabalho prático como esse, a construir pautas cada vez mais completas, a produzirem melhor as reportagens, bem como editá-las e construir bons textos sistematicamente, o que fornece base aos alunos não só para as cadeiras a seguir para quem optar por esse veículo, como também para as experiências de mercado.


Cobertura – Fases

Preparação: A primeira parte do trabalho é preparar os alunos, mostrando o que é esse planejamento de cobertura, bem como mostra os depoimentos de alunos que já passaram por isso, bem como a apresentação de programas gravados de anos anteriores.
Divisão: Por, os alunos são divididos em quatro funções: pauta, produção, reportagem e edição.

Reunião de Pauta: Os pauteiros das turmas se juntam e vão dividir as coberturas, para evitar que aconteçam coincidência de pautas.
Preparação e entrega de pautas: As pautas, depois de determinadas, são preparadas após uma minuciosa apuração dos dados e pré-produção.

Preparação de produtores e repórteres: É fundamental que as duplas estejam bastante entrosadas, para que o trabalho seja o melhor possível. Durante as aulas da semana, os estudantes são preparados através de mini-reportagens feitas na própria Universidade.

Preparação para a cobertura: De posse do material, como pautas, pilhas, fitas, gravadores, os produtores e repórteres ficam municiados para a cobertura.

A Cobertura: Os produtores e repórteres cumprem as pautas (duas ou três, geralmente) e após prestarem contas do que realizaram, na aula seguinte entregam um relatório de participação e cumprimento de pautas, além de uma decupagem (transcrição) das fitas.

Edição e Montagem: De posse das fitas, das pautas, das decupagens e dos relatórios, as equipes de edição, já devidamente orientada, começam a preparar os scripts dos programas. Enquanto isso, os locutores e as músicas são selecionadas para a gravação final.

Gravação: De posse dos scripts e das músicas escolhidas, a equipe de edição começa a gravar com pelo menos dois locutores (um para fazer a abertura/passagem/encerramento e outro para apresentar o programa em si). Uma opção de apresentar o programa é um casal de locutores (além o da abertura, claro). Sem esquecer que o operador técnico também precisa de uma cópia do script para ele.

Apresentação/Avaliação: Com os programas gravados, é hora de analisar os aspectos positivos e negativos do resultado obtido. Para a maioria dos estudantes, é a primeira cobertura prática da vida deles, daí a importância de todos os aspectos citados.



Cobertura – Eventos Esportivos

O Departamento de Esportes é um dos mais prestigiados dentro do rádio. As regras que até agora citamos valem também para a área esportiva. O diferencial fica na coloquialidade da linguagem (coloquialidade aqui, não significa o excesso de clichês). As transmissões esportivas são sempre ao vivo, mais dinâmicas e esponâneas.

Algumas recomendações para o radiojornalista de Esportes:

- Existe o ouvinte distante do local dos jogos e o presente no estádio com um radinho a tiracolo. Ambos querem informações rápidas e consistentes. Mas de nada adianta notícias rápidas se elas não têm consistência. Mais vale atrasar um pouco a informação do que transmitir uma "encheção" de lingüiça.

- A transmissão deve refletir o clima do estádio através da ambientação verdadeira e da precisão e rapidez das informações, sem usar palavras ou frases de efeito.

- Repórter é repórter; narrador é narrador; comentarista é comentarista. Parece óbvio, mas muitos profissionais se esquecem das funções e emitem opiniões, baseados na "experiência". O repórter informa, o narrador descreve a partida e o comentarista faz a análise do jogo. E, claro: informação é informação e opinião é opinião.

- As transmissões têm musicalidade direta das quadras e dos campos. Músicas da torcida, charangas, devem fazer parte da ambientação para que o ouvinte seja estimulado pela vibração presente.

- Transmissão esportiva é pra ser feita com informalidade e com linguagem correta, para não cair no erro, na hora de improvisar.

- Nomes estrangeiros devem ser padronizados para não confundir a cabeça do ouvinte.

- Contagem esportiva se fala assim:

1 segundo e nove centésimos

1 segundo e oito décimos

1 segundo e 83 milésimos

1 minuto, oito segundos e 76 décimos
- Observe a lista de clichês que devem ser evitados:

O balão passou rente ao poste
Tarde propícia para a prática do futebol
O esquadrão tricolor
Ele foi mais cedo para o chuveiro
O mau tempo reinante prejudicou a partida
No fundo do barbante
E assim, o melhor craque em campo falou à nossa reportagem
Biombo humano
Um chocolate de 7 tentos a 0
E o Náutico sagrou-se campeão mais uma vez
As fortes chuvas prejudicaram o gramado
Essa jogada foi bater lá na Ilha do Retiro
O time está sonolento em campo
Faz um calor senegalesco aqui no Estádio
Foi o momento crucial da partida

- Usar um diário de uma forma competente. Não apenas para marcar os jogos, mas também para acompanhar o dia-a-dia dos fatos. Um exemplo fictício: Angel é um dos atacantes do time mais popular da cidade e no último dia 1º sofreu uma distensão muscular e a previsão é de que ele fique três semanas sem jogar. Imediatamente, você registra o caso na página referente ao dia 22 (três semanas depois). E lá para o dia 20, 21, você pergunta ao técnico como Angel está e quando ele volta. O técnico certamente vai ficar impressionado com a sua capacidade de "estar por dentro" dos acontecimentos.

- Formar uma agenda de contatos é muito bom para formar uma rede de informações e contatos.

Nenhum comentário: